Recentemente recebemos por correio o novo livreto do artista Flavio Grão.
Muito bom receber em mãos uma publicação artesanal, com a energia do artista, e ainda mais quando se sente um carinho, um cuidado na execução do trabalho.
Grão já emprestou seu traço à inúmeras capas de CDs do underground nacional e botou na rua vários zines, alguns voltados pra música, outros com contos escritos por ele mesmo.
Abaixo um trecho de uma entrevista que ele concebeu para o blog Sirva-se , onde ele fala sobre a zine Manufatura.
O que te animou a lançar o zine Manufatura?
Teve uma época em que estava pintando demais e fiquei pensando na utilidade daquilo tudo, minhas paredes estavam cheias de quadros… Fiquei me sentindo meio estranho com tudo aquilo. Percebi que deveria me dedicar mais às ilustrações, pois além de ocuparem menos espaço, são meios mais “democráticos” e mais fáceis de serem reproduzidos e enfim, divulgar a mensagem ou a viagem que eu pretendia com as imagens feitas. Mais ou menos nesta época comecei a pensar que os desenhos, como qualquer coisa que fazemos, nunca são neutros. Sempre que alguém vê ou consome algo que você faz, você passa algo nem que seja de forma inconsciente. Foi aí que comecei a prestar mais atenção no que fazia e assim surgiram as duas seqüências de desenhos que formaram o Manufatura. Atualmente não consigo fazer um desenho solto, faço algo, um símbolo, ou um personagem… Depois o deixo lá, maturando. Volto e complemento algo e assim vão formando-se seqüências de ilustrações. Bem, prontas as seqüências senti vontade de colocá-las na devida ordem e disponibilizá-las de forma que as pessoas pudessem ter a mesma sensação (ou não) que tive ao complementar a seqüência de desenhos. O veículo ideal foi o fanzine. Poderia até ter tentado fazer uma animação, mas acho importante o intervalo entre uma página e outra para o cérebro captar algumas nuances.
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